Audiência pública: Polo da Base Industrial de Defesa de Anápolis

Empresários, autoridades políticas e militares, universidade, jornalistas e comunidade em geral debateram a instalação do polo de defesa de Anápolis.

Discutir com toda sociedade a implantação de indústrias que atendam às necessidades dos militares e de equipamentos de defesa nacional é de fundamental importância para esclarecer sobre o papel estratégico que a cidade de Anápolis representa hoje no cenário nacional.

Com este objetivo foi realizada a Audiência Pública com a força política da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás, o evento ocorreu na última segunda-feira, dia 04, na sede da ACIA.

O presidente Anastacios Apostolos Dagios recebeu na sala de reuniões “Deocleciano Moreira Alves” autoridades civis e militares, empresários de Anápolis e também da área de defesa, professores universitários e estudantes, jornalistas, comunidade em geral e o deputado estadual Carlos Antônio, que promoveu e realizou a Audiência Pública.

O presidente Anastacios Dagios fez a apresentação das características estratégicas e socioeconômicas da cidade de Anápolis, bem como o histórico do Projeto da Base Industrial de Defesas de Anápolis: relembrou que inicialmente não foi uma iniciativa da ACIA e sim uma provocação da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG). “A Associação procurou a ACIA para apresentar um estudo em que mostrou que Anápolis é a cidade brasileira ideal para a criação do Polo de Defesa, a partir daí começamos a mobilização até chegarmos aqui, nessa Audiência Pública, com o apoio do deputado Carlos Antônio”, explicou.

Viabilidade imediata e futura

A apresentação do Projeto e a explicação minuciosa das potencialidades de Anápolis ficou sob a responsabilidade do consultor da ACIA, o advogado Sóstenes Arruda, que dentre muitos fatores apontados pelas ADESG está a localização estratégica de Anápolis e sua inserção no projeto futurístico da Ferrovia Transoceânica que ligará o Atlântico ao Pacífico.

Mas não é necessário esperar pela construção dessa ferrovia, o advogado deixou claro que quando se fala de Base Industrial de Polo de Defesa, engloba-se materiais para escritório, uniformes, produtos alimentícios, enfim, tudo que pode ser consumido pelas Forças Armadas, ou seja, “atender esse mercado consumidor vai muito além da produção de munições e armamentos”, pontuou.

E já há a sinalização de indústrias com previsão de implantação na cidade em 2018, uma delas é a “Delfire Arms”, representantes da empresa estiveram presentes na audiência e demonstraram interesse de participação no Polo de Defesa de Anápolis.

A instalação de um Polo da Base Industrial de Defesa de Anápolis é um projeto que está sendo trabalhado a curto, médio e longo prazo, o que vai gerar milhares de empregos em Anápolis e motivar a implantação de um Polo Tecnológico na cidade com o envolvimento de escolas, universidades, governo e setor produtivo.

Apoio político e militar

O secretário estadual de Gestão e Planejamento, Joaquim Mesquita, reafirmou a posição do governo do estado de Goiás de apoio ao Projeto e de fazer os esforços necessários para a implantação do Polo de Defesa de Anápolis; o então secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Vander Lúcio Barbosa, fez a mesma afirmação por parte da prefeitura de Anápolis e o vereador Teles Júnior afirmou que o legislativo municipal está comprometido com o desenvolvimento da cidade.

O delegado regional da ADESG em Goiás, Cel. Marcelo Alberto Vilanova, parabenizou a ACIA pelo prosseguimento nas recomendações da Associação e afirmou que dará prosseguimento de apoio ao projeto de Anápolis iniciado por seu antecessor, o jornalista Gilberto Alves Marinho.

O coronel do Exército Henoc Pereira Júnior, afirmou que o Polo Farmoquímico de Anápolis poderá contribuir com as necessidades dos militares e que os objetivos nacionais trarão muitos frutos para o munícipio e para o estado.

O Coronel, também do Exército, Luiz Felipe e o Capitão-de-Fragata, Guerra, reafirmaram o interesse do Exército de comprar produtos das indústrias de Anápolis, bem como a necessidade desse relacionamento com o setor produtivo: “do pãozinho ao foguete”, são grandes as demandas do setor, pontuou o Cel. Luiz Felipe.

O coronel de reserva da Aeronáutica e ex-comandante da Base Aérea de Anápolis (ALA 2), Cícero Ceccatto, reafirmou a importância da executação do projeto: “não podemos perder essa oportunidade”, alertou o coronel.

O coordenador da Agência de Inovação da Universidade Estadual de Goiás, professor Cláudio Stacheira, afirmou que a UEG está aberta e sensível às necessidades acadêmicas que o novo Polo vai gerar. O superintendente da Caixa Econômica Federal, Cláudio Kimura, afirmou que é favorável à implantação do projeto e colocou a Caixa à disposição do comitê do Polo de Defesa e empresários.

Espaço democrático

O professor João de Deus expressou sua opinião contrária ao Projeto e afirmou que é contra a fabricação de armamentos por defender a paz.

O deputado Carlos Antônio respondeu que o objetivo da audiência é justamente propiciar a abertura às diversas opiniões e que a colocação do professor é válida, mas que o foco principal é o desenvolvimento de Anápolis e a geração de empregos.

O presidente Anastacios Dagios acrescentou com a afirmação: “nenhum homem fardado presente nesta sala deseja a guerra, mas o Brasil só vai ter paz se tivermos as forças armadas fortes”, explicou.

Incentivos fiscais

O presidente da ACIA pontuou ainda que um dos importantes fatores de atração de empresas para Goiás é a ratificação do convênio com o Conselho Nacional de Política Fazendária (CONFAZ) de incentivo do ICMS no estado. Em reunião com o comitê do Polo de Defesa de Anápolis, o governador acertou esse incentivou em 4,5%, bem abaixo dos 12% cobrados normalmente.